sábado, 6 de março de 2010

Liberdade de Expressão

A minha primeira ideia era referir os grandes casos de violação da liberdade de expressão no nosso país, mas depois decidi não fazê-lo por três grandes motivos: primeiro, tive medo que houvessem aqui escutas e eu fosse colocado no processo face oculta, depois porque eu quero acabar o curso Universitário sem frequentar as aulas, por isso tenho de continuar com boas relações com o engenheiro José Sócrates, parece que ele também tirou o curso sem pôr os pés na Universidade e por último, cheguei à conclusão que no nosso país a Liberdade é assegurada acima de tudo, notamos isso perfeitamente pelo caso do Jornal Sol, a crónica censurada de Mário Crespo, a maneira de afastar José Eduardo Moniz da TVI, o fim do Jornal de Sexta e estes são apenas alguns exemplos de que em Portugal ninguém, mas ninguém tenta interferir na Liberdade de Expressão…
Esta minha introdução só pôde ser feita porque vivemos num estado livre onde cada um pode expressar a sua opinião livremente, ou será que não? Será a liberdade em alguns casos excedida? Deixo-vos estas questões…
Mas pronto vamos ao que interessa, este grande palavrão “Liberdade”, não se aplica apenas à comunicação social, este direito deve ser aplicado a toda e qualquer sociedade, onde cada um deve ter a consciência que a liberdade tem limites, apesar desses limites muitas vezes serem ultrapassados.
Como é a realidade mais próxima de nós e aquela que melhor conhecemos decidi focar o estado da Liberdade no nosso país.
Não sei se é pelo facto de Portugal ter vivido durante anos debaixo de uma Ditadura, onde a Liberdade individual assim como a Liberdade de imprensa era também inexistente que faz com que muitas vezes não se saiba usar desta mesma Liberdade que se adquiriu após o 25 de Abril, sendo este direito muitas vezes excedido ou por outro lado o medo de cair nesse excesso faz com que as pessoas se inibam de expressar as suas ideias e opiniões.
Actualmente, vemos nas bancas as chamadas, revistas cor-de-rosa que publicam a vida privada das ditas “vedetas do jet set” violando-a através de fotos de paparazzis e através de histórias mirabolantes sem qualquer interesse e muitas vezes mentiras, sendo um exemplo claro da violação da liberdade individual do cidadão, vemos também os jornais que revelam informações que teoricamente estão em segredo de justiça, não compreendendo que o segredo de justiça existe para que as investigações possam prosseguir serenamente sem a intervenção de qualquer fonte externa ao processo. E isto acontece porquê? Porque a noção de liberdade é excedida, não se tem noção dos limites da liberdade, o único objectivo nestes casos é a nível económico, sem existir qualquer preocupação quanto ao verdadeiro valor da informação, que quer dizer isso mesmo, informar, esse sim é o principal objectivo das noticias.
Por outro lado vemos também cada vez mais informações que nos levam a sentir que vivemos num estado de “Liberdade acorrentada” ou “Liberdade enclausurada”, levando-nos a pensar e a ter alguma certeza, sejamos honestos, que por trás da cortina existem teias de influências muito bem organizadas, quer sejam por parte dos políticos, de grandes grupos económicos ou até mesmo de grandes empresários a nível individual, que através do seu estatuto conseguem controlar e passar para o que consideram de “Zé Povinho” apenas o que lhes interessa que se saiba, tendo com esse controlo vários objectivos, podem ser eles criar ou manter uma imagem séria a nível pessoal ou até a nível empresarial, tirando muitos dividendos deste controlo da imprensa e até mesmo de várias instituições públicas.
Qual a solução ou soluções para estes problemas?
Sinceramente não sei, não tenho uma resposta, mas tenho esperança que seja a minha, a nossa geração que faça a diferença, que sejamos nós a ter um papel activo, uma voz de revolta, que sejamos persistentes na busca pela verdade, não nos iludindo com tudo o que nos é transmitido, pois nem tudo o que parece é…Também acredito que não somos a geração perdida como muitos dizem, somos sim a geração da mudança, aquela que saberá lidar com a sua liberdade, não a excedendo nem tendo défice desse mesmo direito, pois muitos de nós somos uma geração cada vez mais de conhecimento, de informação, uma geração que está de olhos postos no Mundo, vendo tudo o que se passa lá fora, abrindo horizontes, uma geração que não se cala quando vê algo que não acha correcto, uma geração que procura descobrir as palavras nas entrelinhas, uma geração com um papel critico, como Camões teve a coragem de fazer no seu tempo, pois é esse papel critico e de insatisfação face a tudo o que nos é dado e transmitido que faz com que saibamos usufruir correctamente da nossa liberdade e levando à mudança de mentalidades, para que mais e mais pessoas não tenham medo de usar da sua liberdade, para que não vivam de forma passiva na sociedade, mas que também contribuam para a luta cada vez maior por uma Liberdade estável, uma liberdade moderada, a verdadeira liberdade, aquela que nos deixa viver uma vida de felicidade connosco próprios e com os outros mas também uma liberdade que contribua para uma sociedade mais justa e de conhecimento para todos.
Esta texto esteve para ser mesmo censurada mas como eu não recebi a providência cautelar que proibia a sua divulgação pude fazê-lo, mas amanhã já não vou poder andar descansado na rua…é a liberdade possivel...